Direção de Arte

Com diversas mudanças no roteiro, a direção de arte do trabalho ficou um pouco oculta.
Não tinha como estabelecer cenários e figurinos sem ter o roteiro definido. Tinhamos somente um esqueleto do cenário, o certo é que, tinhamos uma sala de estar onde se passa o jantar e o "quartinho de tortura".
Para a sala usamos 3 tapadeiras, 2 delas usamos para fazer parede em L e a terceira para simular um corredor . Desde o início foi cogitado um bege ou marrom, também passou pela minha cabeça o vinho. Na última assessoria com o Professor de Direção de Arte, Alvaro, foi decretado o bege. Pois o vinho é mais sofisticado e medieval. Nesta mesma assessoria o Professor nos disse que era necessário mais indícios de que o personagem era sádico. Por ele ser  jovem, tinhamos decidido colocar dois posters, um do filme "O Iluminado" e outro do "Laranja Mecânica". Mas o professor nos alertou que não tinha nada demais, que qualquer um poderia ter o poster em casa, ou que só podia indicar que era um apaixonado por cinema. Resolvemos ouvir as orientações do professor, só tinha um problema: FALTAVA APENAS UM DIA PARA A GRAVAÇÃO!
Foi aí que em uma breve reunião decidimos ir procurar cranios, caveira e afins.
Compramos 2 objetos: uma vela e um cinzeiro, ambos em formato de cranio. Pena que não agradou a todos e teve uma certa resistencia de alguns componentes do grupo gerando um atrito. Enfim os objetos foram utilizados. Também tivemos problemas com o sofá, o que foi motivo de bastante stress (e eu particularmente chateada com a falta de comprometimento dos funcionários). Com dificuldades para transportar um sofá até a universidade, decidimos pegar emprestado lá mesmo. Enviamos e-mail para FAC para negociar a utilização e não obtivemos resposta. Conversamos com o professor Márcio Kowaslki  que pediu para copiar o e-mail para ele ver o que seria possível fazer. No dia da gravação conseguimos o sofá, mas com uma condição, até as 18h. O grupo estava certo que a partir de tudo pronto poderíamos começar a gravar, estávamos enganados! A gravação só ocorreria a partir das 19:30. E agora, como vamos gravar sem o sofá?

Professor Márcio deu a solução: "Produz um sofá!!!". Seria uma ótima oportunidade para expor toda a minha criatividade, não é mesmo? Já que era um apartamento de universitários que, normalmente são rotulados como "duros", pensei em usar almofadas/puffs. Até que o Professor Marcio resolveu virar um dos nossos produtores e conseguiu o sofá. Aproveito este espaço para agradecer a Jacqueline Meneguel Albino que nos disponibilizou o sofá.

No "quartinho de tortura" utilizamos duas tapadeiras. Como a iluminação era baixa para causar um clima tenso não nos preocupamos muito com a cor que iriamos pintar e utilizamos a mesma tinta da sala(camurça). Na hora de pintar a tinta começou a dar bolhas, o que também não foi motivo de preocupação. As bolhas deram a impressão de ter infiltração na parede, assim tendo um aspecto de ambiente velho. A Princípio para a mesa de tortura tinhamos pensado em uma carteira da prória universidade e cobrir com papel contact madeira, mas ficamos com receio da cola não sair. Durante a semana nós vimos uma mesa no bar Luau e conversamos com o proprietário, ele topou numa boa. Foi a escolhida! Em cima da mesa colocamos algumas imagens de tortura medieval, corpo humano, livros de anatomia, coração de boi entre outros. Só tivemos dificuldades para encontrar alguns utensílios médicos. Até chegamos a encontrar na feira de antiguidade do bexiga, mas para o nosso azar no dia em que fomos comprar estava chovendo e não teve a feira. Assim o único utensílio médico que temos é o estetoscópio. Compramos algumas pinças para simular e também utilizamos uma tesoura de alfaiate.

 O figurino também não teve muitos segredos. Já adaptamos o conto para a época atual para não ter muitos problemas, e como são universitários as roupas são bem casuais. Fernando com um jeito mais largadão e desleixado usou jeans e camiseta preta desbotada. Gabriel camiseta azul e Luiza regata roxa, calça preta e tenis. No dia da externa, eles vão estar de uniforme, roupa branca e jaleco.

Na história Luiza tem hemofilia, então usamos base para deixar ela pálida, sombra roxa para olheira e sombra roxa + vermelha para hematomas. O corte foi feito com  maquiagem específica, massa e sangue artificial. A poça de sangue foi feita com groselha e mel.

Andréa Silva/Déa
Créditos fotos 1,2,3 Pasargada Produções